Na casa de Canô
Num beco do Itororó
No morro Chapéu Mangueira eu vou só
No berro de um pastor
No canto de Iemanjá
No dengo entre Maomé e Alá
Tudo tem ponto de vista
O ponto cego no retrovisor
É o ponto que o motorista
Não vê moto mas vê a flor
É só sair do oculista
Um olho cego, o outro de visor
O olho bom segue a pista
E o cego relembra um amor
Num bolo de fubá
Num prato de Carurú
No gosto que tem no Tiramissu
Num drible do Pelé
Na cabeça do Zizu
Na bola na mão de Deus do gringo
Até o malabarista
Sem bola pode te causar temor
Por mais que você assista
Ele faz da beleza o horror
Se você pára na pista
O carro pode te acabar com a dor
Mas vai que você resiste
E o que era doce acabou
credits
from Danilo Moraes e os Criados Mudos,
released June 30, 2011
Danilo Moraes: Violão, violão tenor, banjo e voz
Guilherme Kastrup: Bateria e percussão
Zé Nigro: Teclado e Wurlitzer