1. |
Desafio
02:20
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Longe o mar
Por que passar as ondas
Por que seguir adiante, se arriscar
Lutar contra o gigante
Sem pensar
Enfrentar o desafio
Se expor, correr perigo
O incerto tornar-se grande amigo
Que motivo, então
Tenho eu pra esperar, pra me guardar
Não cumprir minha meta, sair da reta
Me esconder e deixar de ver
Sempre ter certeza
Do que vai logo haver e não viver
Olhar pra trás e não ter ido, não vivido
Esperar e não me perdoar
Mundo afora
O que foi construído
Por mais que se penou
Foi um sonho de alguém que realizou
Cada um
Tem sempre o seu motivo
De dar um grande passo
Construir com o seu próprio braço
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2. |
Amsterdã
03:08
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É tão banal, mas eu preciso dizer
Que eu fico mal um dia longe d’ocê
Amsterdã sendo começo de tudo
Achei normal quando fiquei quase mudo
Estando atento a tudo quanto é promessa
É como um fio repleto de passarinho
Abandonei aquela vida com pressa
E eu que pensei que me bastava sozinho
Um gesto seu, eu largo tudo e vou nessa
Um beijo teu, eu fico todo zonzinho
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3. |
Mano
03:13
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Já faz tanto tempo, mano
Quase me perdi
Mas nesse momento, mano
Quero me redimir
Tive no relento, mano
Coisas aprendi
Fui, mas eu lamento, mano
E hoje volto aqui
Casa de pássaro é vento, mano
Passarinho eu voei
Asa de gente é quem manda
Mano, eu voltei
Onde está a gente, mano
Que ainda não vi
Chame minha gente, mano
Pra perto de mim
Para um grande abraço, mano
Pra dançar, sorrir
Para desfazer o engano
Que eu cometi
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4. |
Cama
03:48
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Que confusão
É tom em tom, que tom que tá?
Que cor?
Não sei não te ver
É a sua cara
Não me deixar dormir em paz
Quer mais
E eu em turnê
Que foi então
Pé ante pé, que pé que tá?
Nós dois
Filme que já vi
É a sua pinta
Não me deixa dormir em paz
Quero mais
Amo você
Deitar numa cama grande
A gente ainda se entende
Teu olho conquista e retém
Deitar numa cama estreita
A gente ainda se ajeita
Meu canto é o que te faz bem
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5. |
Rabo de Saia
03:30
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Tudo que eu quero
É não ver o fim
Pura bobagem, nada
Um zero agora mora em mim
Sendo sincero
É uma faca a mais
Pobre quem ama e chama
E clama tanto pela paz
Tanto projeto
E eu bem quieto e só
Tento no silêncio
Ocultar a mágoa, um nó
Velhos ruídos
Ondas de calor
De tudo fica um pouco
Um cheiro, um gesto uma cor
Nada a temer
Nem mesmo que o pano caia
Não pago pra ver
Nem largo da sua saia
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6. |
Olhos
03:04
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Olhos no fim da festa
Sonho sem razão
Primeira vista
Céu de um azul-turquesa
Tribo da paixão
Só natureza
Desmonta a casa
Disfarça na situação
Não acredita
Nos olhos que me arrasam
Rasgam a solidão
Anestesiam
Uma viagem, um dia inteiro que não tem mais volta
Uma coragem, um desespero, noite que revolta
Um passo certo, um sonho ao meio
Um ponto que ressalta em mim
Falta a canção, a vida inteira, a derradeira falta
A sensação de bebedeira, fome que ressalta
Uma viagem, uma clareira
Um sonho que ressalta em mim
E o tempo que me persegue
De noite a ilusão
De ser sentido
Sempre que te carrego
Carrego a solidão
Me contradigo
Refaço o verso
Tiro da oração
O que abomino
Meu universo
Vago no coração
Nem te imagino
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7. |
Me conta
03:21
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Me conta
Como foi tudo lá por onde ‘cê andou
Quando li na carta
Já deu pra perceber
Que muito
Daquilo tudo que você acreditou
Ao abrir a porta
Não tinha mais razão
Viva todo aquele
Que paga então, só pra ver
Se inclina até o chão
Refaz tudo o que crê
Salve aquele intruso
Que vem sem nunca avisar
Que surge em contra-mão
Espelho a te revelar
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8. |
Olhe pra mim
03:10
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Tímido sorriso lindo
Misteriosa, você se esquiva
Já não sei se sou bem-vindo
No quarto, última tentativa
De escalar o seu trono
Conversar, te olhar no olho
Ver a vista aí de cima
Quem sabe entrar no seu sonho
Olhe pra mim
Só quero sentir você comigo
Alguns minutos
Ou uma vida, amante e amigo
Te conhecer
Esquecer de tudo, parar o mundo
Só pra te ver
Ser como a dama e o vagabundo
Só de olhar fico mudo
Pra você o que posso oferecer
Quem parece ter de tudo
Comigo o que ia querer
Deve ser bem difícil
Ser a musa de tanta poesia
Sem deixar cair no vício
De esperar acontecer um dia
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9. |
Nó
03:04
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Dia passa
Fumaça que encobre inteiro esse nó
Desembaraça
Desacata, me põe a correr
Passa o tempo num dia, passa
Disfarça esse mal que me arde a alma
Descalabra
Põe em brasa, me apaga em você
Passa a vida esse sol se pondo
Essa lua minguando, um ponto
Essa ponte, esse medo, o punho
A cerrar, a bater
E eu já nem tenho mais
Um segredo, um segundo em paz
Corre, eu vou correr
Que essa dor que eu carrego é você
Some, eu quero ver
Que esse breu que me cega é você
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10. |
Grito
02:51
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Eu canto alto pra ninguém ouvir
E grito mesmo mas ninguém escuta
Perdi a voz, tentei cantar demais
Mas vi, com pouco posso fazer bem mais
Mesmo que só um
Venha me ouvir
Não serei comum
Devo insistir
Alguém já disse, a água pedra fura
Porque se acaba a fé ninguém atura
A reta, o norte que a palavra pruma
Não tem segredo, não tem dor nenhuma
Palavra, palavra, palavra
A palavra acertada dispensa
O bruto, o sacana, o medonho
A palavra adequada compensa
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11. |
Mais um santo
02:50
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Era bem cedo, muito cedo, escuridão
O sino em bronze lá da igreja, o quintal
Aquela sombra inteira, a contra-mão
Dava pra ver logo o amanhecer
É mais um dia, o velho pé de romã
É mais um santo e nesse canto o verão
Um cego canta a cara da manhã
Recomeçar, de leve estremecer
Era e será, o dia vem
E a tarde até ‘noitecer
Mesmo assim vivo pensando
O que vai ser amanhã
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